Agroecologia
A agroecologia é o estudo da agricultura desde uma perspectiva ecológica. Tem como unidade básica de análise os ecossistemas agrícolas. Nela, são abordados processos agrícolas de maneira ampla para maximizar a produção e otimizar o agroecossistema total – que inclui seus componentes socioculturais, econômicos, técnicos e ecológicos.
Ela pode ser plenamente entendida quando relacionada diretamente ao conceito de sustentabilidade. Só é possível considerar agroecologia quando a prática, simultaneamente, cumpre os pilares da sustentabilidade econômica, ecológica, social, cultural, política e ética.
A base de conhecimento agroecológico depende da sistematização e consolidação de saberes e práticas (empíricos tradicionais ou científicos) com foco na agricultura ambientalmente sustentável.
Agricultura Familiar
É a principal responsável pela produção dos alimentos disponibilizados para o consumo da população brasileira. De acordo com o Instituto Brasileiro de geografia e Estatística (IBGE), cerca de 70% dos alimentos consumidos no Brasil são fruto da agricultura familiar, constituída de pequenas agricultoras e agricultores rurais, Povos e Comunidades Tradicionais, assentados da reforma agrária, silvicultores, aquicultores, extrativistas e pescadores.
As famílias de agricultoras e agricultores acompanhadas pela ACESA produzem alimentos baseados em práticas tradicionais, aliadas à sustentabilidade, agroecologia e responsabilidade ambiental e bem-viver.
A gestão da propriedade é compartilhada pela família e tem uma relação particular com a terra, local de trabalho e moradia. Dessa forma o grupo mantém a produção de vários alimentos como, arroz, feijão, cachaça, frutíferas, polpas, farinha, mel, milho, hortaliças além da criação de animais e produção de artesanato com matéria-prima local como coco babaçu e fibra de bananeira.
Segurança alimentar e nutricional
Segurança Alimentar e Nutricional é garantir a todos o acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o direito a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares que promovam a saúde, respeitem a diversidade cultural e sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis. É o que diz a Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (Lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006).
Ela está viva nas práticas alimentares saudáveis que contribuem para uma existência digna, levando em conta o desenvolvimento integral do ser humano.
Os Sistemas Alimentares Sustentáveis, ou seja, o reconhecimento dos sujeitos de direitos – povos do campo, da floresta e das águas, com suas expressões identitárias e culturais – que têm contribuído ao longo da história para a conservação da biodiversidade e diversidade de nossa alimentação.
Água e Meio Ambiente
A água é elemento imprescindível para toda forma de vida – a Terra é o único planeta do Sistema Solar que possui esse recurso. Ela vem sendo continuamente contaminada pela ação do homem, o que atinge diretamente os seres humanos.
Cuidar da água, um recurso natural cada vez mais limitado, é prioridade. Cabe então elaborar novas teorias e práticas para melhor utilizá-la e conservá-la.
“A água cristalina que corre nos rios e regatos não é simplesmente água, mas também representa o sangue de nossos antepassados. O murmúrio da água é a voz de meus ancestrais. Os rios são nossos irmãos, saciam nossa sede, alimentam nossas crianças. O homem branco deve dar aos rios a bondade que dedicaria a qualquer irmão.” (Chefe indígena Seatle – 1854).
O meio ambiente é o conjunto dos ecossistemas e seres vivos da Terra, um todo complexo com muitos componentes interagindo em seu interior. De crucial importância para a existência da humanidade, é essencial cuidar bem dele.
Como? Diminuindo o uso de venenos no plantio e sensibilizando agricultoras e agricultores para o cultivo de alimentos saudáveis.
Saberes
dos Povos Tradicionais
Todos os elementos intangíveis associados ao uso comercial ou industrial das variedades locais, além do material nativo desenvolvido pelas populações locais, coletiva ou individualmente, de maneira não sistemática e que se insira nas tradições culturais e espirituais dessas populações. Essa é a definição de conhecimentos tradicionais, segundo o artigo 3º do Decreto-Lei nº 118/2002.
Eles compreendem métodos, processos, produtos e denominações com aplicação na agricultura, na alimentação e em atividades industriais em geral, incluindo o artesanato, o comércio e os serviços, informalmente associados à utilização e preservação das variedades locais.
Preservar esses saberes e dar continuidade a eles é de suma importância. Só assim as futuras gerações poderão conhecer e reconhecer sua identidade como Comunidades Tradicionais, mantendo práticas ancestrais de manejo e cuidado com a terra, preservando a sociobiodiversidade de seus territórios.
Para isso, é necessário um processo de construção de políticas públicas que beneficiem as populações tradicionais.
No Maranhão, as Terras Indígenas somam cerca de 1.900.000 ha. As principais são: Alto Turiaçú, Araribóia, Carú, Awá, Krikati, Cana Brava, Kanela, Bacurizinho e Porquinhos.
Mudanças Climáticas
Elas têm sido alvo de discussões em todo o mundo, já que as emissões de gases de efeito estufa nos últimos dez anos aumentaram mais rapidamente do que durante todo o período de 1970 a 2000.
Estudos feitos pela Nasa e pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (Noaa) mostram que a temperatura registrada na Terra em 2018 foi a quarta mais alta nos últimos 140 anos.
De acordo com a Organização Meteorológica Mundial, o planeta está mais quente do que no período anterior ao processo de industrialização. A Revolução Industrial impactou o cenário mundial não apenas economicamente, mas também os modos de produção, provocando mudanças no cenário ambiental.
Percebendo a gravidade do assunto, a ACESA, junto a organizações parceiras, têm buscado estratégias de enfrentamento às mudanças climáticas, encarando o tema com a seriedade que ele merece. É necessário que todos – população, movimentos sociais, governos – abracem a causa. Só assim será possível garantir um planeta melhor para a atual e as futuras gerações.
Bioma Cerrado
Cerrado é o nome dado às savanas brasileiras, caracterizadas por árvores baixas, arbustos espaçados e gramíneas. Pode ser classificado como cerradão, cerrado típico, campo cerrado, campo sujo de cerrado ou campo limpo – sendo que o cerradão é o único que apresenta formação florestal. É nele onde se encontram as nascentes das três maiores bacias hidrográficas da América do Sul (Amazônica/Tocantins, São Francisco e Prata), o que resulta em um elevado potencial aquífero.
O Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul. No Brasil, ocupa uma área de 2.036.448 km², cerca de 22% do território nacional. Está presente em: Bahia, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Piauí, Rondônia, São Paulo e Tocantins.
No Maranhão, o Cerrado está em quase todas as regiões, ocupando cerca de 60% da área do estado. Somando-se as áreas contínuas de Cerrado às zonas de contato com outras vegetações (floresta amazônica, formações de restinga e caatinga).
Esse percentual sobe para 65%, indo desde o nível do mar até uns 700 metros na região dos Chapadões. Nos interiores do Cerrado maranhense, a vegetação nativa frutifica, sobretudo, em forma de coco babaçu. As palmeiras cobrem a porção mais ao norte do bioma, nas regiões de transição para a floresta amazônica.
O crescimento populacional das cidades, principalmente em Minas Gerais e no Centro-Oeste, tem colocado o Cerrado entre os biomas mais ameaçados do mundo. O Maranhão está entre os estados que mais desmatam o Cerrado para a agropecuária.
Bioma Amazônia
Na década de 1980, a área de floresta no Maranhão era chamada de Pré-Amazônia. O termo foi adotado para dizer que ali havia uma espécie de vegetação anterior à da Amazônia. O objetivo por trás disso era legalizar o desmatamento do local (que claramente não recebia a importância devida) como se não se tratasse de floresta.
Dona de rica biodiversidade, a Amazônia maranhense está presente em 62 municípios do estado e corresponde a 34% dos biomas que existem por lá (se olharmos o bioma amazônico do Brasil, representa 26% do total). No entanto, ela corre o sério risco de desaparecer. Há anos vem sofrendo com desmatamentos, retirada ilegal de madeira, mineração, produção de carvão, caça excessiva e criação de gado. Além disso, recebe pouca atenção dos poderes públicos estadual e federal e sua importância é ignorada por grande parte dos maranhenses.
O Maranhão é o estado da Amazônia Legal com menor grau de áreas protegidas. Entre as unidades de conservação, estão a Reserva Biológica do Gurupi, o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, o Parque Estadual do Mirador e o recém-criado Parque Nacional da Chapada das Mesas, no município de Carolina.