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A Nossa Negritude é Aqui, é Agora, é a Pele, é o Chão

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    acesabacabal
  • há 49 minutos
  • 2 min de leitura

Não nos calarão! Não passarão por cima de nós! Pensavam que iriam passar por cima de nós com tratores e venenos, com palavras e com desprezo. Mas para nós, é esmeril pra afiar a lança. A “consciência negra” não aprisiona numa cabeça ou dentro da alma, ela emana, é forte, é livre. Nossa luta não cabe nas cercas que o latifúndio tenta impor.

Mulheres do Quilombo Catucá
Mulheres do Quilombo Catucá

Enquanto o projeto de morte do agronegócio avança devastando o Cerrado, a Amazonia, envenenando as águas, os territórios e derrubando os babaçuais, nós fincamos o pé. A nossa resistência é ancestral. Somos a continuação dos sonhos de liberdade que tentaram assassinar, mas que brotaram mais fortes, como semente crioula que resiste ao tempo.


Defender o território é honrar nossa ancestralidade. É entender que a justiça climática e a agroecologia não são apenas "pautas", mas é a nossa forma de sobrevivência, nossa vida e garantia do presente e do futuro. O Bem Viver que buscamos é o oposto desse progresso que mata. O nosso envolvimento tem cheiro de terra molhada, tem brejo, tem tambor, tem dança, tem comida boa, tem partilha, tem saúde e tem o povo vivo.


Resistir é construir alternativas ao modelo de exclusão imposto desde a colonização. Não te pedimos licença para existir. Ocupamos nosso lugar de fala, a política, o protagonismo e o chão. Que a nossa existência continue sendo o pesadelo dos “seus dôtores facistas”. Nossos ancestrais vivem em cada roça agroecológica, em cada tambor tocado, em cada verdade falada. Continua vivo na floresta, nos encantados, no punho cerrado.


Nossos passos vêm de longe e vão muito além. Pela vida, pelo território livre e contra todo tipo de cativeiro.


Com racismo, não há agroecologia!


Texto: Ariana Gomes

 
 
 

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